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CELEBRAÇÃO MATUTINA TRANSMITIDA AO VIVO
DA CAPELA DA CASA SANTA MARTA

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

"Dirigir-se ao Senhor com a minha verdade"

Terceiro Domingo de Quaresma, 15 de março de 2020

[Multimídia]


 

Introdução à Santa Missa

Neste domingo de Quaresma, rezemos todos juntos pelos doentes, pelas pessoas que sofrem. E hoje gostaria de recitar com todos vós uma oração especial pelas pessoas que, com o seu trabalho, garantem o funcionamento da sociedade: os trabalhadores das farmácias, dos supermercados, do transporte, os polícias. Rezemos por todos aqueles que trabalham para que a vida social, a vida na cidade, possa seguir em frente neste momento.

Homilia

O Evangelho faz-nos conhecer um diálogo, um diálogo histórico - não é uma parábola, isto aconteceu - de um encontro de Jesus com uma mulher, com uma pecadora.

É a primeira vez que, no Evangelho, Jesus declara a sua identidade. E declara-a a uma pecadora que teve a coragem de lhe dizer a verdade... E depois, com o mesmo argumento, foi anunciar Jesus: “Vinde, talvez seja o Messias, porque Ele me contou tudo o que eu fiz”. Não apresenta argumentos teológicos - como talvez tenha feito no diálogo com Jesus: “Neste monte, o outro monte” – mas apresenta a sua verdade. E a sua verdade é aquilo que a santifica, a justifica, é o que o Senhor usa, a sua verdade, para anunciar o Evangelho: não se pode ser discípulo de Jesus sem a própria verdade, sem o que somos. Não se pode ser discípulo de Jesus somente com argumentações: “Sobre este monte, sobre aquele outro”. Essa mulher teve a coragem de dialogar com Jesus, porque esses dois povos não dialogavam entre si. Teve a coragem de se interessar pela proposta de Jesus, a água, porque sabia que Ele tinha sede. Teve a coragem de confessar as suas fraquezas, os seus pecados; antes, a coragem de usar a própria história como garantia que aquele era um profeta. “Ele contou-me tudo o que eu fiz”.

O Senhor quer dialogar sempre com transparência, sem esconder as coisas, sem duplas intenções: “Sou assim”. E assim falo com o Senhor, como sou, com a minha verdade. E assim, a partir da minha verdade, pela força do Espírito Santo, encontro a Verdade: que o Senhor é o Salvador, aquele que veio para me salvar, para nos salvar.

Esse diálogo tão transparente entre Jesus e a mulher termina com a confissão da realidade messiânica de Jesus, com a conversão daquele povo (aquele campo) que o Senhor viu branquear, que vinha ter com Ele, porque estava pronto para a ceifa.

Que o Senhor nos dê a graça de rezar sempre com a verdade, de nos dirigirmos ao Senhor com a nossa verdade, não com a verdade dos outros, nem com verdades destiladas em argumentações: “É verdade, tive cinco maridos, tal é a minha verdade” (cf. vv. 17-18).

 



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